Espetacular. Gigante. Guillermo del Toro mandou bem.
Guillermo del Toro mandou bem. Guillermo del Toro's Pinocchio , uma animação tão linda quanto desgraçada, lançou no catálogo de originais da Netflix em novembro de 2022 e concorre ao Oscar de Melhor Longa de Animação .
Desde lá, evitei ver o filme para não ser tomado pelo hype tremendo que o filme ganhou, principalmente depois do Pinocchio do Disney+ ser alegadamente um LIXO, com tanto a audiência quanto a crítica concordando (algo não tão comum, acredite) no Rotten Tomatoes que a obra tem aprovação de menos de 30% de quem entrou em contato com a obra.
Não sei como continuar essa fala sobre o filme, visto que foi uma obra emocionante e engraçada em perspectivas bizarras: a maneira com que o filme se encontra em uma Itália fascista, chegando a colocar sem medo Tom Kenny para interpretar Benito Mussolini , dá para citar uma frase de Alison Lanier, do Pajiba, para falar sobre isso de um jeito que eu não saberia desenvolver tão bem:
Todos seus personagens favoritos da Disney dão uma saudação nazista porque é a coisa normal e apropriada a se fazer. E funciona.
A maneira com que o filme se permite em um encontro com a animação, a computação gráfica em uma recriação da fábula que todos já conhecemos: ela é linda. Tantos significados, tantas coisas importantes e tão clara a crítica social e política que existe na obra, não há como não trazer o tanto que o filme é bom naquilo que promete e incrível naquilo que não se espera.
Me deixou intrigado o tanto com que Sebastian J. Cricket, o grilo falante ao qual me referirei apenas como Sebastian (Ewan McGregor ), fala aos montes e ninguém o escuta. Não me refiro ao Pinocchio (Gregory Mann ) o ignorando, isso é parte da história, mas o tanto com que ele é um grilo fazendo um barulho insuportável até metade do filme, visto que todos os personagens, exceto o próprio menino de madeira e a Fada Azul de Tilda Swinton , ignoram as falas de Sebastian até o momento em que temos um sermão no ouvido de Geppetto (David Bradgley ) e ele responde-- até ali, temos em Sebastian um grilo insuportável ignorado pelos outros, que entendem que Pinocchio fala com ele, mas ninguém realmente parece dar a mínima para todo o resto.
Qual o preço de conseguir reinventar uma história e contá-la do seu jeito e qual o retorno? Ainda não sabemos.
Se não é a animação do ano, criem um ano diferente para essa animação.
