O Menu

Wait, let him cook.

O Menu , o grande cardápio ácido dirigido por Mark Mylod , há pouco encontrou seu lugar no streaming do Star+ depois de fazer sua passagem pelos cinemas.

Enquanto espectador de primeira-e-única viagem, preferi não acompanhar a divulgação de O Menu para deixar a saborosa descoberta para o momento. Sabendo da premissa do restaurante macabro, só tendo visto a cena das tesourinhas fincando na carne e uma conversa rápida de nós vamos morrer... em um trailer, dá para dizer que O Menu é tão impressionante quanto soa.

O longa não se esforça em se manter longe do clichê de viagem-para-um-lugar-distante com uma seita decidida a matar pessoas como se fosse um esporte e a comida é ruim de Midsommar , o que inclusive faz com que seja muito interessante a maneira com que o filme traz isso, sendo bem inovador com sua estética claramente inspirada em MasterChef .

As semelhanças com o reality culinário não param por aí: é bem difícil não comparar o Chef Slowik (Ralph Fiennes ) com o produtor, chef e jurado do reality Gordon Ramsay , o que com toda a certeza torna esse cardápio ainda mais salgado do que se espera de início.

As performances dos atores, como um todo, são excelentes, com toda certeza dando ênfase aos protagonistas Margot (Anya Taylor-Joy ) e Tyler (Nicholas Hoult ), infalíveis, tal qual a atuação de Ralph como o Chef e de sua mão direita no espetáculo, Elsa (Hong Chau ). Em um rápido momento, a atuação de Anya ameaça ficar fantasiosa, ameaça ser o espetáculo de seu próprio mundo, mas volta.

O Menu, com certeza, é o audiovisual rindo, chorando e se engasgando de si mesmo. Uma ótima experiência entrar no restaurante do Chef Slowik e sair vivo para contar o que viu e deixou de comer.